terça-feira, julho 15, 2008

Depilação no masculino

O barbear diário associado ao sono com que muitas vezes temos que desempenhar este acto, conduz-nos muitas vezes a "erros de cálculo" que vão desde o espalhar o gel ou espuma de barbear por áreas que superam as fronteiras do rosto, às inevitáveis "navalhadas". Um dos resultados visíveis é a conquista de espaço por parte dos pêlos "barba" aos pêlos... "normais".

No extremo, assumindo que grande parte dos homens, pelo menos no Verão, fazem a barba em tronco nu, corre-se o risco de se fazer a barba desde a zona do bigode até... ao peito.

Sendo eu uma pessoa que funciona em modo automático pelo menos até uma hora depois de ter acordado, fui prolongando o território dos meus pêlos "barba", embora tenha ficado (felizmente) muito longe da situação extrema que referi. Apercebendo-me desta "inestéticidade", principalmente visível nos dias em que se dá descanso às lâminas, vi-me envolvido num diálogo entre amigos (homens) sobre depilação.

E foi aí que me apercebi que qualquer um deles tinha a sua história a contar sobre o assunto. Desde o que rapa os pelos do peito por serem muito escuros e não querer apresentar tal tapete em plena época balnear, ao que clareia os pelos dos braços por serem também eles demasiado escuros, até ao que tira as insignificâncias pilares e ao visionário, que há uns anos atrás se apercebeu de um desvio marginal da barba na zona superior das bochechas, e corrigiu o problema através do laser.

Isto de ser homem já não é o que era. Fortemente incentivado pela ala feminina lá de casa, decidi-me a experimentar tal mundo que muitos ainda consideram, com bastantes preconceitos, território exclusivo das mulheres, de alguns desportistas e de homossexuais.

Para poder submeter-me a tal terapia tive que superar a 1ª fase: deixar crescer o pêlo o suficiente para que se pudesse agarrar, já que a experiência seria à base de cera quente. Isto implicou o 1º constrangimento: passear-me pela rua com um bigode descaído, ou seja, com um aglomerado de pêlos uns bons centímetros abaixo da zona própria do bigode... sim, no pescoço. Ridículo...

Até que chega o dia. Vamos lá ver então o que as mulheres sofrem.

E aqui, meus caros, devo dizer-me que elas são sem dúvida as campeãs do sofrimento. O que eu senti foi qualquer coisa como arrancarem-me a pele. Senti-me um autêntico frango a quem se tira a pele antes de ser cozinhado, ou como os pobres animais a quem arrancam a pele ainda vivos para fazer casacos. Aquilo é horrível e quase insuportável!!!


E agora? Naturalmente que eles voltam. E a 1ª vez é só o começo pois aquilo não é chegar arrancar e acabou-se a festa. O processo continua... ou não. Há sempre a hipótese de aplicar a lâmina para o resto da vida.

Devidamente incentivado, vou fazer um tira-teimas. Vou novamente ao castigo e por isso passo novamente pela etapa do bigode descaído. Mas uma coisa é certa: se não doer menos (já não há efeito-surpresa) e os desgraçados reaparecerem passados dois a três dias, acabou-se a brincadeira! Levam com a lâmina o resto da vida.

Pelo menos duas coisa fico a ganhar: uma nova experiência e (ainda mais) respeito pelas mulheres sofredoras que nós tanto gostamos de ver bem arranjadinhas :)))

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