quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Sim ou não eis a questão

O problema do Aborto (ou da IVG como os canhotos políticos gostam de referir) é sério e coloca-me uma perturbação grande na mente.

Por definição não e não!!

Por outro lado coloca-se a questão: vai haver menos abortos por ser proibido? Não acredito. Quem o faz está mesmo decidido e não o decide na hora. Geralmente quem decide na hora toma a pílula do dia seguinte (que já é legal e ninguém percebeu) e não espera até às 10, 15 ou 20 semanas.

Será que com a despenalização não se poderá actuar mais eficazmente no aconselhamento, na ajuda material e no apoio social e psicológico de quem tem em mente a ideia de abortar?

Não obrigará a uma revisão profunda à lei e aos procedimentos da adopção (se não queres a criança, deixa a nascer e haverá quem cuide dela)?

Se o sim vencer, todos os que defendem a vida terão que ter um papel activo logo no dia 12. Se o não vencer o problema da "consciência de cada um" mantém-se, já que se actua da seguinte forma: "É crime, logo não se faz.", "Não acredito que o façam...", "Se o fazem o problema é delas".

Em suma:
Gostaria que um dia não se fizesse um aborto em Portugal (excepção feita ao sério risco da vida da mãe ou de um feto perdido - diferente de deficiente). A questão é será que o "não" ajuda ou o "sim" resolve?

Se calhar mais valia que o assunto tivesse sido aprovado na AR. Acho que pela 1ª vez ficaria mais descansado no papel de Pilatos...

terça-feira, janeiro 02, 2007

Chico Louçã: Importa-se de repetir?

Relativamente à OPA da Sonae.com sobre a PT, Francisco Louçã disse o seguinte:

«A Sonae pediu um empréstimo à banca. Como paga juros, não tem lucros. Se não tem lucros, não paga impostos. Mas tem lucros, os lucros da PT de 500 milhões de euros por ano».

Salvo erro na transcrição por parte da Lusa, o Sr. Professor anda completamente baralhado com tudo o que aprendeu (ou não) sobre Finanças. Lá porque paga juros não quer dizer que uma empresa deixe de ter lucros.

De acordo com o Modelo Modigliani/Miller, o facto de pagar juros conduz, de facto a uma diminuição dos lucros, mas também ao aumento do valor da empresa através do efeito do Tax Shield.

Mais surpreendente é o facto de referir que afinal há lucros. Estou confuso... mas ainda agora não havia e agora já há? E ainda por cima são 500 milhões de euros por ano? Onde estão eles? Foram encapotados? A Sonae terá mesmo que pagar mais de 500 milhões de euros de juros por ano???

Hummm, se calhar está a querer-nos dizer que o lucro vai para o bolso dos bancos em vez de ir para o bolso do Estado. Um velho trauma de comunista recalcado. Tsc, tsc.

Ok. É um facto, mas se calhar mais que compensa o facto de termos que andar a sustentar os pançudos que o Estado lá coloca como administradores com políticas de gestão muitas vezes duvidosas. Para além disso os bancos estarão mais vocacionados para a gestão do dinheiro do que o próprio Estado... ou não? Pelo menos é o que se tem verificado.